MORTE E VIDA NO BAIRRO: PARADOXOS DO CEMITÉRIO DA VÁRZEA EM SEU TERRITÓRIO

Autores

  • FÁBIO CAVALCANTE DE MELO
  • RUNO MAIA HALLEY

Resumo

O presente trabalho tem por base analisar o Cemitério da Várzea na condição de um território geossimbolicamente demarcado por seus usuários em diversos usos, rituais e objetos lúgubres (túmulos, ossuários, covas, caixões, velas, oferendas, artes tumulares, etc.). Além desta geografia sepulcral, propõe-se discutir a relação dos moradores da Várzea com o cemitério do
bairro no que concerne à construção de residências geminadas ao muro do campo santo em toda sua extensão, onde apenas uma residência volta sua fachada para o cemitério. A negação ao território dos mortos revela paradoxos na escala do bairro, com os moradores ao mesmo tempo revelando relações amiúdes com o local dos mortos, mas também rejeições, estranhezas
e medos, seja por questões religiosas ou “sobrenaturais”, seja por motivos eminentemente médico-higienistas. Todavia, torna-se evidente que o “último cemitério do Recife” também se revela a derradeira morada para os moradores da Várzea, que constroem suas vidas com seus vizinhos, parentes e compadres, findando seus dias no próprio cemitério do bairro, lócus de
variadas contradições simbólico-materiais. 

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Publicado

2022-08-03

Como Citar

DE MELO, F. C., & HALLEY, R. M. . (2022). MORTE E VIDA NO BAIRRO: PARADOXOS DO CEMITÉRIO DA VÁRZEA EM SEU TERRITÓRIO. Paisagens &Amp; Geografias, 4(Esp). Recuperado de https://paisagensegeografias.revistas.ufcg.edu.br/index.php/A1p7D/article/view/45