O PARQUE DO POVO COMO ESPAÇO DE DISPUTAS DE PODER E MANIPULAÇÃO DO GRUPO POLÍTICO-FAMILIAR CUNHA LIMA EM CAMPINA GRANDE - PB

Autores

  • John da Silva Evaristo UFCG

Palavras-chave:

Poder simbólico, Territorialidade, Geosímbolo, Formas simbólicas espaciais, Poder político

Resumo

Esta pesquisa tem por objetivo analisar o Parque do Povo como espaço simbólico de disputas
de poder e manipulação territorial do grupo político-familiar Cunha Lima, interferindo
estrategicamente no imaginário da população de Campina Grande-PB para se manter no
poder. Portanto, o Parque do Povo, bem se configura como um elemento do território, que
constitui uma territorialidade acionada e manipulada em benefício do grupo político em
questão. Por meio de uma pesquisa bibliográfica acerca do conceito de território; poder
simbólico e estruturas de poder político-familiar, foi possível considerar que o grupo
político-familiar Cunha Lima criou o Parque do Povo, enquanto espaço simbólico, para
ascensão e manutenção de seu poder político, mantendo o nome da família por várias
gerações se baseando na estratégia da cultura como um espetáculo, advindo de eventos
como: O Maior São João do Mundo; A Micarande e o Encontro para Consciência Cristã.
Esse se tornou um espaço de disputas de poder oriundas de grupos políticos-familiares de
oposição, empresários e grupos evangélicos. Contudo, a análise apresentada proporciona
reflexões sobre o Parque do Povo enquanto forma simbólica espacial, na qual o grupo
político-familiar Cunha Lima se perpetua no poder na cidade durante gerações e em vários
cargos do sistema federativo brasileiro.

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Publicado

2023-03-13 — Atualizado em 2023-03-14

Versões

Como Citar

da Silva Evaristo, J. (2023). O PARQUE DO POVO COMO ESPAÇO DE DISPUTAS DE PODER E MANIPULAÇÃO DO GRUPO POLÍTICO-FAMILIAR CUNHA LIMA EM CAMPINA GRANDE - PB . Paisagens &Amp; Geografias, 6(1). Recuperado de https://paisagensegeografias.revistas.ufcg.edu.br/index.php/A1p7D/article/view/74 (Original work published 13º de março de 2023)